BOLERÃO

“Ao som desse bolero vida vamos nós”, já disse Gonzaguinha.

Filipe Manzoni não deixou por menos e nos entrega uma obra repleta de força, ritmo, descompasso e sintonia. A sensação de que cada poema observa fixamente o leitor enquanto atravessa o salão, antecipando o convite para a dança, culmina, conforme avançam as páginas, num desenrolar bailado e de respirações trocadas onde uma luz néon acompanha fixamente todos os passos. A orelha feita pelo grande poeta Adriano Espínola exprime com beleza, verdade e primor pontos fundamentais da poesia do autor. Os belíssimos desenhos, do artista Vasco Faé, ilustram a capa e bailam entre as páginas de uma obra fundamental para a poesia do seu tempo.